quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Novo Encontro com Homero Santos e sua "Caveira de Hamlet"!

Se não forem através das emoções, difícil contar como foi mais este generoso encontro com Homero Santos e tantos ilustres e queridos convidados.

Por favor não estranhem o despojamento, mas aqui na Casa Deg Filó temos um ritual. Ao chegar você retira os sapatos para deixar a "sujeira" lá fora e principalmente, entrar em contato com você, conosco. Depois é convidado a relaxar ao som do OHM e harmonizar suas emoções. O estresse do dia, os últimos momentos no transito e talvez  os tensos diálogos do trabalho dão espaço a um novo espaço, que possibilita a boa conversa e o foco.

Homero Santos, Eduardo Bom Angelo,
Christina Carvalho Pinto e Rita Mendonça.
Da esquerda para direita: Inés R. de Souza, Tarcila R. Ursini,
Débora di Domenico e
Adriana Bazzali.

Após brindes damos ás boas vindas aos convivas e abrirmos a seção de "Provocações ao Homero", que consistiu em sortear frases do livro espalhadas pela casa para inquirir ao Mestre. E eis que surge a primeira:  "A felicidade assim se torna a cenoura equina da motivação, a recompensa que o meme do crescimento oferece: é a típica das doxas essa enganação."


Resposta: "Aí há três aspectos a considerar. O crescimento, ao longo da história, sempre carregou o atributo de meme, aquele conteúdo mental que viralmente se propaga difusamente por toda cultura - no caso, por todas as culturas do planeta. Com relação à economia, esse meme estabelece como valor máximo fazer crescer continuamente a produção e, consequentemente, o consumo. Mas, isso é impossível, num planeta de recursos finitos!
                 Atrelada ao meme do crescimento, e essa é a cenoura que move o muar, está a ideia de que podemos, os humanos, atingir a felicidade (ou pelo menos mitigar sua ausência...) pela posse e consumo de bens e serviços, o que nos faz festejar uma produção sempre crescente, que assegure quantidade e variedade crescente de alternativas de consumo. Essa conexão termina por ser uma doxa, uma crença tomada como absoluta, inquestionável, porém falsa porque distorce o conceito de felicidade como algo externo ao ser. Aliás, desse vocábulo grego, doxa, deriva o termo "dogma" - uma afirmação que se toma como verídica, impassível de ser contestada, porém sem fundamento.
                 Crescer economicamente, segundo essa construção mental, é o caminho que nos conduziria à Felicidade - aí está a doxa, a enganação!"


Minha querida cunhada, Tarcila.

Ficamos entretidos em reflexões, quando Homero, traz mais um novo conceito à roda:

" A astrofísica contemporânea nos ensina que cerca de 85% de toda a matéria existente no universo é matéria escura, boa parte da qual se distribui através de filamentos. Esses filamentos interligam todas as galáxias, e os trilhões de corpos celestes nelas abrigados, numa armação ramificada de 58 minhões de anos luz de comprimento. Os filamentos exercem uma força coesiva entre sobre todas as galáxias, mantendo-se unidas e compondo um por assim dizer "corpo unificado". Isso nos leva a validar, ainda que simbolicamente, aquele conceito tão caro aos místicos, de que " Somos Todos Um".

A conversa exalta-se e é difícil compreender tudo o que se fala... Questiona-se então como será este crescimento meme, ainda mais se estamos todos interligados... Quando a anfitriã questiona: Agora, sem pensar, você diria que é pessimista ou otimista? E cada um vai respondendo que depende do contexto, é impossível definir, mas ela não dá espaço. E a maioria OTIMISTA vence mesmo apesar daqueles que mencionaram ser precariamente otimistas. rs... E já leio os pensamentos do Homero, pelo menos para meu otimismo." Você é uma pessimista desinformada. " 


Eduardo( Eba) e Christina.

Neste momento, Christina Carvalho Pinto, menciona Amit Goswami, indiano que buscou unir a ciência da Física Quântica à Espiritualidade, o qual teve o prazer de entrevistá-lo. E diz: a Felicidade, mesmo que esteja tudo perfeito, não pode ser estática nem completa. Precisa ser desestabilizada. E sabe por quê? Você nem imaginaria a resposta... Por que a CRIATIVIDADE depende deste desequilíbrio. Em tempos de paz, felicidade plena, não temos estímulo para nos superar, transformar, evoluir!

http://www.amitgoswami.com.br/sobre.html

Então retomamos a conversa, e nos damos conta que os desafios são necessários, talvez teremos mesmo de ver "a lagarta morrer, para nascer a borboleta" como diria Homero. E deste caos exterior nos transportamos para o interior inquieto, que agora compreende que somos otimistas sem deixar de ser pessimistas e vice versa. Erramos acertando e acertamos errando e por aí vai... respiramos mais calmos.

Agora mais em contato com nós mesmos, percebemos que temos fome e é hora de ir à mesa, já carinhosamente, servida pela anfitriã.

Homero, Rita e Inês.
A festa continua, se é que posso dizer, pois a rica conversa animou a todos e só vejo sorrisos e abraços. E com gratidão encerro estas linhas.

 Betty Feffer e Christina Carvalho Pinto.


Obrigada a todos por esta noite do mais profundo compartilhar!

Depoimentos:
Fla querida, foi espetacular! Você realmente tem o dom de receber!
Amei as conversas muito inspiradoras, as comidinhas deliciosas!! Demais!!
Grande beijo e parabéns mesmo, foi um grande sucesso!!
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Ótima esta sua iniciativa.
Creio que sabe que a Casa do Saber começou exatamente da mesma forma.
Adorei o encontro: conteúdo, forma, pessoas interessantes, diálogos pertinentes.
Encontrar meu guru Homero é sempre um privilégio.
Sim, vou participar sempre que puder e recomendar.
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Adorei ter ido à sua casa, foi tudo muito bom. 
Acho muito legal sua ideia de unir as pessoas para discutir assuntos muito importantes e que estão se perdendo cada vez mais na nossa vida.
Com certeza sua semente dará muitos frutos.
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Gostei muito de participar. O Homero é  muito knowlegeable . Tem uma cultura bem abrangente. Foi realmente um prazer estar aí, ter a especial oportunidade que você nos ofereceu. Mais uma vez obrigada e parabéns pela iniciativa!
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Achei o ambiente muito acolhedor. Gostei muito especialmente do seu esforço de ritualizar, com gestos que considero muito importantes: tirar os sapatos, deixar as bolsas do outro lado, meditar antes de começar, brindar, comer juntos. Eles fazem a maior diferença, na minha opinião.
Já estamos vivendo novos tempos, em que compartilhar e estar junto está se tornando um novo valor!
Parabéns pela iniciativa.

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