terça-feira, 25 de setembro de 2012

Você tiraria seu filho da escola?

A resposta para a intensa maioria é: não! Você ficou louca? No entanto, David Gilmour, autor do livro O Clube do Filme, relata a própria experiência ao tirar seu filho da escola aos 15 anos.

Segundo o autor ele não teve escolha, seu filho estava falido no Ensino Médio, extremamente desmotivado e com um desempenho medíocre. David, uma vez que é crítico de cinema experiente, propôs ao filho, que ao invés de ir à escola assistiriam juntos a três filmes por semana. 

David, na época estava desempregado, assim dispunha de todo tempo para dedicar-se ao filho.


Tin-tin e o jantar começa. Francamente, achamos o livro a princípio superficial, com apenas citações dos filmes e diálogos rasos. Por momentos o filho era totalmente dependente, em outros demonstrava ser mais seguro que o pai. David na intenção de apoiá-lo parecia muito permissível e "compreensível". E perguntam: Será que este pai não poderia ter buscado outros modelos de escola antes de desistir? Bom ao que parece estavam no interior do Canadá... E será que a própria imagem do pai de " perdedor e frustrado" não teria influenciado o filho? Bom, isto agora não vem ao caso, outra diz.

Na leitura relembrar filmes famosos e clássicos foi delicioso , embora confessamos não conhecer vários citados. Isto disparou nossa memória e enquanto brindávamos íamos relembrando clássicos de nossa época: Assim caminha a humanidade, Blade Runner, E o vento levou, Rastros de ódio, O pianista, O piano, Rashomon, Diários de motocicleta, Nikita(francês), Sem revervas, Stars Wars, Indian Jones, Imensidão azul, Um ano bom... 

O fato é que ao longo de três anos, tempo que durou o processo, pai e filho foram através das conversas motivadas pelos  filmes conhecendo-se melhor e tornando-se cúmplices, falavam de trabalho, mulheres, amor, drogas, sonhos... Sobre a dura realidade da vida para quem não toma o "caminho do meio".

"Talvez no fundo este pai soube respeitar o tempo do filho e construiu uma relação de confiança", comentam. A partir de suas próprias frustrações, conquistas e reflexões o filho após trabalhar em bicos nos restaurantes e com vendas; montar uma banda e "soltar a voz"; demonstrar ter aprendido muito sobre cinema e sua filosofia, decidiu voltar a estudar e entrou na faculdade.

Agora a sensação que paira no ar é apesar de ter "desviado o caminho", pai e filho aprenderam muito juntos e neste período viveram a vida com tamanha intensidade, na dor e na alegria, que resta saber: Será que não fizeram a escolha certa deste o princípio, permitindo-se um espaço para descobrir o potencial e a verdadeira alegria de saber quem se é? 

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