quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ócio, ócio... Voce se permitiria ter? O Ócio Criativo de Domenico de Masi, parte 1

Já estamos de volta e como novas integrantes no grupo! Sejam muito benvindas!

Voltamos de férias e como é estranho pensar... Estou feliz porque fiz muitas coisas em minhas férias! Nem nas férias pensamos em ócio!rs...

Domenico de Masi no auge de sua carreira, com a agenda lotada, percebeu que esta "corrida maluca" havia deixado de fazer sentido. Embora o livro tenha sido escrito há mais de 10 anos, sua projeção parece ainda válida: Ou assumimos nosso ócio ou sumimos.




O ócio, à mesa, levantou várias questões. Nem bem sabemos o que significa, é fazer nada ou fazer algo diferente, criativo, que nos desperta, vitaliza e permite prosseguir nossa dura rotina? Não há como negar o ócio ainda está associado a uma atividade negativa.



Mães, que somos, reconhecemos que o último que pensamos é em nós mesmas. Quando vencemos o trabalho, ainda há a rotina da casa, da famÍlia, enfim o ócio é impossível! No entanto, o desejamos e queremos saber como inserí-lo em nossa rotina, sem culpa.

Lemos até a metade do livro, e Domenico fez uma retrospectiva histórica econômica para compreendermos em que momento nos aprisionamos. Na Grécia antiga, atividades não físicas, que não suavam, eram "ociosas" como a política, a poesia... Dignas da primeira classe.

Em tempos remotos a essência da economia era agrícola e/ou artesanal. As famílias trabalhavam juntas, e trabalho e ócio misturavam-se. Tinham a subsistência nas próprias mãos. No entanto, os progressivos crescimentos comercial e urbano deixaram as trocas de lado e a moeda surgiu para acelerar o processo. O trabalhador começou a trocar sua força de trabalho por um salário. E a economia de larga escala, batizada por Taylor e seu Ford T black, marcou definitivamente nossas vidas e a era consumista. Vivíamos a "estandartização", as fabricas passaram a exigir sincronização, de tempo e espaço. Todos deveriam estar próximos ao local de trabalho, surgiram as "cidades funcionais", e estarem disponíveis todos ao mesmo tempo para trabalharem "a máquina" em sincronismo. Pronto, esta aí justificada a "hora do rush" que nunca mais conseguimos nos ver livres!

A sociedade industrial nos impôs também a especialização, a necessidade de atualizar-se o tempo todo. A maximização, aumentar a produção no menor tempo possível, só importando a eficiência. Não havia espaço nas empresas para motivação e criatividade, sufocava-se o indivíduo. Resumindo era a racionalização do sistema. Ficaram expulsas a estética, a emoção, a ética e a criatividade consideradas "coisas de mulher". No século XX, a sociedade pós industrial moderna, rompe com o sistema "em série" e surgem empresas menos "racionais" em prol da criatividade. É tempo de Freud com sua interpretação dos sonhos, Einstein com a teoria da Relatividade e dentre outros, Picasso com seu cubismo. Avalia-se que as mudanças tecnológicas trouxeram euforia e temor.

Algumas empresas hoje, já apresentam uma liderança diferenciada, a imagem deixa de ser importante, o como se veste e quantas horas trabalha-se por dia, são exemplos. O que importa é a qualidade do que se produz. Permite-se o "happy hour" no expediente.

Certamente, estas empresas ainda não são representativas e principalmente nossas crenças com relação a importância e a postura que devemos ter em relação ao trabalho ainda nos sufocam. A próxima reunião será no dia 14/8, quando leremos o livro até o final e esperamos que Domenico nos ajude a encontrar um resultado mais feliz para a equação do trabalho em nossa vida.

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