A matriz de Manfred Max Neef ( pág 150), busca dar uma definição mais ampla de "felicidade". É a satisfação de um conjunto de necessidades humanas fundamentais, sejam as ontológicas (relacionadas ás necessidades da existência do ser), como as axiológicas ( relacionadas aos valores). A junção destes fatores criam os fatores de satisfação que variam individualmente e conforme a cultura. Resumindo, a pessoa é rica ou pobre, conforme a pontuação de seus valores de satisfação gerando portanto, uma quebra de paradigma, a riqueza dissocia-se do "ter" dinheiro.
Curiosas que somos, decidimos testar o modelo de Max Neef e conhecer um pouco mais sobre o que representa "felicidade" para cada uma de nós, ou melhor, quais são as nossas riquezas e pobrezas. Todas as participantes da reunião preencheram a tabela conforme a escala mencionada e a combinação das características ontológicas x axiológicas. A tabulação foi gentilmente feita pelo Homero, o qual formulou algumas hipóteses para os resultados apresentados a seguir.
Se alguém mais interessar-se por experimentar esta nova definição de "felicidade" para si mesmo, poderá nos enviar um email para contato@casadegfilo.com.br e solicitar a matriz completa publicada recentemente no livro " Muito além da economia verde, ed. Abril Planeta Sustentável do Ricardo Abramoway.
Falando em felicidade hoje uma nova integrante juntou-se a nós. Seja muito benvinda!
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Para refletir: " Ostras felizes não fazem pérolas!" A felicidade é tão essencial? |
Além disso, existe a sensação que com dinheiro podemos substituir tudo, o genuíno pelo "fake", como se pudéssemos compensar a perda do mais essencial na natureza. Florestas jamais poderão assemelhar-se a plantações de eucaliptos.
A noção de finitude, também nos instiga ao consumo imediato "aqui e agora", o qual aplaca nossa ansiedade e reduz o tempo que demoraríamos em consumir determinado produto ou sonho. Se tivermos dinheiro para comprar este tempo, na verdade reduziremos o tempo de espera, colocando "mais vida, mais valor" no nosso tempo. E a compreensão vem, " Se tempo é valor, dinheiro representa valor, ergo tempo vale dinheiro: tempo é dinheiro!!!"
Contudo Homero pontua, também podemos colocar mais vida em nosso tempo através da prática de ioga, meditação e/ou com reflexões filosóficas.
Olhamos no relógio e já são 23hs... Infelizmente não há mais tempo para reflexões coletivas e precisamos finalizar.
Restam aqui inúmeros outros temas do livro ainda não discutidos. Se você gostou de conversar com o Homero como nós, aguarde as novidades sobre outros encontros que faremos em breve em grupos abertos com o autor.
Vendo seu blog, me ocorre recomendar o livro "Felicidade", do Eduardo Gianetti da Fonseca, que embora economista (e filósofo), é menos cartesiano do que me pareceu este Manfred Max Neef. Não acredito muito em formalizações de felicidade, mas o livro é muito bem fundamentado, e aplicável na prática.
ResponderExcluirComento também, o "ter"que suplantou o "ser". Na verdade hoje, não é "ser" nem "ter", mas "parecer" (li e algum lugar, e concordo totalmente).
Marquito, obrigada por ampliar nossa visão sobre "felicidade". Sua dica será publicada na "Estante". bjss
ResponderExcluirSó para esclarecer: essa tabela foi apenas um exercício de familiarização com a ideia de que Riqueza e Pobreza não se atrelam, necessariamente, à posse de meios financeiros -- que é o ponto que Manfred Max-Neef busca realçar.
ResponderExcluirAliás, caro Marco, "cartesiano" é tudo o que o Max-Neef não é: sua abordagem é sistêmica, holística... transdisciplinar, como ele mesmo denomina. E de fato ele não apresenta essa matriz como um "medidor" de felicidade -- aliás, a expressão que ele usa é "bem-estar".
E não é para ser pontuada: esse foi um exercício de aproximação do tema que as integrantes da Casa fizeram, livremente, para abrir uma discussão mais ampla.