sábado, 12 de maio de 2012

Deg Filó Teens I Diferenças entre as pessoas


Desta vez nossos filhos quiseram conversar sobre as diferenças que observam entre as pessoas como personalidades, diferenças sócio-culturais, de religiões, valores e gerações.

Um tema um tanto quanto amplo e um belo desafio para nós, mães.

Iniciamos a reunião, fazendo um desenho de uma silhueta em tamanho real de um dos integrantes, e questionamos o que viam. É um homem, um contorno do corpo,... E o que parecia tão óbvio foi ficando mais interessante. É nosso Deus interior, o que cada um quiser que seja, algo a ser preenchido de acordo com suas vivências e opiniões.


Agora tínhamos o espaço mental para prosseguir.


Abrimos a roda e seguimos explorando as religiões. Assunto delicado. A idéia original era trazer uma retrospectiva da evolução da filosofia passando pelas diversas religiões, até os dias de hoje. No entanto, percebemos que poderia ser um pouco denso e talvez difícil para eles. Assim de forma espontânea, fomos um a um, mães e filhos, respondendo qual era nossa religião, em que acreditávamos?


Aproveitamos neste encontro para convidar novos amigos e outras mães. Os jovens tem entre 13 e 16 anos, alguns mais novos estão se preparando para o Barmitzva ou 1ª comunhão. A sinceridade das repostas foi bem reveladora. Aqueles em que as famílias são católicas não gostam de ir à igreja, gostam de algumas coisas, mas não de outras. Sabem que existe um Deus, mas não tem claro o que é.  Só lembram-se dele nos momentos difíceis para pedir ajuda ou para agradecer. A maioria segue a religião da família, ou em casa não conversam sobre religião e por isso ainda não fizeram uma escolha religiosa. Outros disseram acreditar mais na ciência que na religião. Uma delas ainda manifestou ter medo de conhecer mais a respeito do Espiritismo, doutrina de uma das mães.




















As mães deixaram claro que embora algumas tenham sido batizadas e feito 1ª comunhão, hoje tem afinidades com outras religiões como o judaísmo e budismo ou crenças como o espiritismo. Outras se sentem bem quando estão na igreja e realmente comungam com Deus no ato da missa. Outra disse que o judaísmo para ela não é uma religião, mas uma tradição, que gosta das festividades e rituais, da valorização da família. E que nestes momentos sente-se com Deus. Algumas sugeriram ter o seu próprio Deus ou “ser” o seu próprio Deus.




A divergência das respostas só ampliou a visão de nossos filhos e abriu a possibilidade de liberdade de escolha.

A roda seguiu discutindo outras questões que também os incomodam bastante. A diferença social, a observação do preconceito que as pessoas têm com os mais pobres, a discriminação com os negros e a arrogância dos mais ricos, salvo as devidas generalizações.

Mas como mudar estas atitudes se o sistema vigente as valoriza? Aí veio a frustração pela dificuldade de mudança. O padrão mental herdado deturpa nossa visão. Mesmo assim insistimos na pergunta, mas como mudar? Propusemos um novo olhar, respeitar as diferenças, não julgar antes de conhecer, ser curioso em relação ao outro, deixar o padrão mental de lado e agir conforme suas verdades e não como agem “todos”.

Fizemos um intervalo para degustar o jantar, que a pedidos foi dado um merecido “up grade”.



A seguir assistimos a um esquete da Globo News sobre a diferença de valores e culturas entre as gerações, desde a década de 70 ( http://www.youtube.com/watch?v=ynYs7o4ejak ).


Didaticamente, puderam entender a geração dos Baby Boomers do pós guerra, a geração X aqui incluídas todas as mães e a geração Y hoje com 20 anos entrando para o meio profissional, bem mais liberal, que valoriza o lúdico no trabalho, para surpresa dos nossos filhos. Mas como definir a geração Z? E os próprios puderam se definir. São multitarefas, querem tudo agora, porque sabem que é possível, tem a velocidade e a tecnologia em seus chips. Estão sempre conectados e justificam que se não podem encontrar com os amigos, que ao menos possam vê-los no Facebook ou trocando mensagens no celular, por exemplo. Adéquam-se facilmente as novas tecnologias, e não gostam de hierarquia.

Finalizamos a reunião, felizes por compartilhar novos entendimentos e reflexões, e aproveitamos para fazer uma sessão de fotos com eles, já antecipando a alegria de estar comemorando o dia das Mães!




















DEPOIMENTOS DOS FILHOS:

Achei que dessa vez foi melhor pois falamos o que queríamos e quando a gente decidisse, quebrando a vergonha, no meu caso. Gostei demais do tema, pois a gente vive isso todos os dias, tendo mais conhecimento ( para lidar).
Julia, 16 anos

Falamos de um assunto mais sério. Espaço mais aberto para dar opinião. A comida foi mais gostosa/saborosa. Foi ruim não ter divisão em grupos.
Lucas, 15 anos

Achei um tema bom, recorrente nas vidas de todos nós. A discussão foi muito boa e reflexiva, na minha opinião.
Georgia, 15 anos

Gostei desta reunião, achei que houve muita troca de idéias e que o tema foi muito bem abordado, muito bem humorado e divertido como sempre.
Matias, 13 anos

Eu achei ótimo tudo, foi muito legal. Poderia ter tido alguma dinâmica, mas no geral foi ótimo. Eu só não falei muito porque o tema era muito abrangente e eu fiquei meio perdido, pensando no que falar.
Pedro, 15 anos

Achei muito bom compartilhar idéias de como as diferenças são vistas e interpretadas. Luana, 15 anos

Consegui refletir mais nas diferenças. Achei muito legal discutir o lado de cada um.
Paula, 13 anos

Um comentário:

  1. Este é um momento raro, de poder estar junto dos filhos e poder observar, escutar e trocar vivências. Somos diferentes e a riqueza esta no poder desta troca, de percepções e sentimentos. Outro aprendizado neste dia: respeitar as diferenças e perceber que sempre podemos aprender com os outros. Mais um dia de grande valor e jantar delicioso! Amei!!

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